Meu voki!

sábado, 13 de dezembro de 2014

DIGA NÃO A TECNOLOGIA

Calma... esta não é opinião deste blog... e sim de um importante professor, pesquisador e escritor de livros e diversos artigos sobre a nocividade do uso das tecnologias digitais a crianças e adolescentes.
Radicalmente contra contra todos os tipos de tecnologias para menores de 17 anos, VALDEMAR SETZER, professor aposentado pela USP na área de Ciências da Computação e defensor da Pedagogia Waldorf (cabe uma pesquisa a quem se interessar), foi entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, comandado por Lilian Witte Fibe.

Valdemar acredita que os meios eletrônicos não vão auxiliar na formação do raciocínio das crianças e adolescentes, seus motivos são baseados também em pesquisas, que mostram que as crianças que mais utilizam o computador tiveram um pior desempenho nas provas. Outra pesquisa apresentou dados que mostram que crianças que jogam videogame tiveram piora em algumas áreas do cérebro como auto-controle e tomada de decisões.

Ele entende que os videogames e a televisão são nocivos para as crianças e jovens, pois como estão em formação neuronal, são facilmente influenciáveis. Já para os adultos não existe essa preocupação.
Ainda com relação à TV, Valdemar apresenta aspectos técnicos negativos, como a elevada quantidade de troca de imagens por segundo (característica esta, que já foi melhorada nos modelos mais novos), que causa um estado semi-hipnótico nos telespectadores.
Apesar da contrariedade, menciona que a televisão pode ter seu uso de maneira benéfica em sala de aula, quando utilizado para complementar as aulas como recurso áudio-visual, contudo, ressalta que sejam vídeos breves e que haja parada para discussão a cada 3 ou 4 minutos.

O professor segue sua entrevista, respondendo sobre as possíveis causas da perda de capacidade de concentração das crianças, atribuída ao uso dos meios digitais de maneira simultânea, que prejudicam a concentração sustentada (que permite mantê-la por um longo período em um único objetivo) e isso faz com que muitos alunos tenham dificuldades de aprendizagem.

Valdemar considera a Internet um perigo para as crianças, porque devido sua ingenuidade, podem ser manipuladas e ficam vulneráveis a depredadores da infância.
Apesar do grande avanço dos meios de comunicação de massa e da crescente desvalorização do professor e da escola, o entrevistado não acredita que o professor tornou-se arcaico e impotente, o que acontece é que suas metodologias não são atrativas àquelas crianças que utilizam diariamente e em excesso tais tecnologias. Ademais, culpabiliza os pais por serem demasiadamente permissivos e não imporem limites.

Em uma questão dos internautas, o professor é questionado sobre a evolução das tecnologias. Argumentando sobre essa questão, mostrou seu lado negativo, por meio de um exemplo sobre a dessensibilização de soldados. Ele comenta que há alguns anos, nos Estados Unidos, foram criados simuladores de combate, onde os alvos não mais eram objetos, mas sim pessoas. Com isso a efetividade em combate aumentou de 20 para 90%, visto que perdiam a sensibilidade e o medo de matar. Mais tarde estes simuladores tornaram-se jogos para videogame e passaram a ser comercializados.
Além dos videogames, o professor fala sobre o impacto negativo das redes sociais nas crianças e nos adolescentes, que, por não terem maturidade nem discernimento para utilizar este tipo de comunicação, podem divulgar informações pessoais e familiares e se relacionar com adultos mal intencionados que se passam por crianças. Também alerta para a falta de auto-controle no acesso e permanência, quando não existe um adulto acompanhando constantemente.

O entrevistado finaliza sua participação avaliando as consequências negativas dos aparelhos com telas. Estes, prejudicam a capacidade de pensar, causando passividade. São fornecidas caricaturas do mundo, as imagens são mostradas de forma rápida e não há espaço para imaginação, como haveria na leitura de um livro. Sem imaginação não há criatividade, que junto com a concreticidade torna o ser humano capaz de realizar algo útil para si mesmo e para a sociedade.  Em sua visão o uso desses aparelhos é nocivo e piora o rendimento dos alunos.

As contribuições de Valdemar Setzer foram extremamente válidas a este blog, que concorda com grande parte delas, mas acredita que as tecnologias digitais podem ser educativas mesmo a crianças, desde que utilizadas com moderação, sabedoria e objetivos definidos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Estamos preparados para lidar com a inclusão em nossas escolas?

Nestes 4 anos lecionando em escolas públicas, em todos eles trabalhei com alunos deficientes.
Sem nenhum preparo ou formação específica, foi necessário me adaptar a realidade e buscar por conta própria informações e ferramentas que me auxiliassem na difícil tarefa de educar estes alunos "especiais", proporcionando além do ensino, interação, conforto e experiências prazerosas.

Desde o princípio sentia-me perdida e frustrada. Tinha tantas dúvidas e receios... Não sabia por onde começar, nem o que fazer. Até hoje ainda me sinto assim, pois cada ano recebemos alunos e realidades diferentes, e nem tudo se aplica à todos. Cada deficiência têm seus limites, suas necessidades, adaptações...

Exemplifico com dois casos:
Ano retrasado lecionava para um 5º ano, em minha sala havia uma aluna com Síndrome de Down e um aluno de 14 anos com uma doença degenerativa (foi perdendo os movimentos, fala e sentidos a partir de seu aniversário de 7 anos). Este aluno era cadeirante e a escola possuía 3 andares. Nenhuma rampa ou elevador.
Ele não participava das aulas de informática, nem visitava a biblioteca devido a impossibilidade de acesso. Ficava com a cuidadora na sala, aguardando que retornássemos.
Nos passeios, nunca havia ônibus adequado às suas necessidades e precisávamos solicitar ao motorista que o pegasse no colo e colocasse em algum assento, levando a cadeira no compartimento de malas. Isso é incluir?
Já no passado, iria lecionar para dois aluno surdos no 2º ano. Um deles cadeirante e com outros tipos de deficiência, além da auditiva.
A professora de libras acompanharia-nos em sala por 1h30 diárias...
E o que eu faria nas outras 3 horas??? Isso é incluir?
Como saí de licença maternidade, assumi a sala por somente alguns dias. Um sufoco. Tentava comunicar-me por gestos infantis e pelo alfabeto de sinais, que eles mal conheciam.
Um dos alunos só chorava e balbuciava sílabas repetidas que não entendíamos... Novamente pergunto: Isso é incluir???

Há alguns anos tínhamos escolas e salas voltadas exclusivamente para atendimento de alunos com deficiência. Forneciam infra estrutura e material adequado, professores capacitados, especialistas. Hoje este aluno deve ser matriculado preferencialmente na rede regular, a meu ver, infelizmente, esta educação não é eficaz. É o que chamamos "pra inglês ver". Digo isto por mim e por diversos outros profissionais da educação, que se sentem como eu, desnorteados.

A escola do século XXI não está preparada para lidar com a inclusão. Isto é um desafio. Não estou dizendo que é uma tentativa vedada ao fracasso, ela é legítima, contanto que cada caso seja muito bem avaliado.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Materiais reciclados para confeccionar jogos infantis

Outras sugestões bem simples para brincar com os pequenos.

Utilizando material reciclado dá para criar várias possibilidades.

Uma delas é o quebra cabeça feito com palitos de sorvete e o jogo da argola feito com pratinhos descartáveis de papelão e tubo de papel higiênico ou papel toalha.



Dica de jogo

JOGO CARA A CARA DA TURMA

Não só para o trabalho com alunos de inclusão, mas vale para todo o grupo.

É só tirar foto do rostinho dos alunos, imprimir (de preferência encapar com contact p/ maior durabilidade) e encaixar nos espaços.
Na sugestão, foi decorada também a caixa do jogo com uma foto 10x15 da turma toda!


sexta-feira, 19 de abril de 2013

EMEB Neusa Macellaro - Polo de surdez

Mais uma reportagem sobre a escola onde trabalho, em São Bernardo.



Escolas polos para surdos na rede municipal de ensino de São Bernardo

40 alunos com deficiência auditiva estudam no ensino regular


Pioneira em educação para surdos, a rede de ensino de São Bernardo vem incluindo cada vez mais crianças, jovens e adultos com deficiência auditiva nas Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs) da rede. Desde 2011, a Secretaria conta com três escolas polos, sendo uma na educação infantil e duas no ensino fundamental, além dos alunos do Centro de Qualificação Profissional (CQP), atendidos pelo programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Localizada na Vila Euro, a Emeb Professora Neusa Macellaro Moraes, é uma das unidades polo do ensino fundamental, com 9 alunos surdos matriculados. Para a dirigente de ensino da unidade, Lucília Aparecida Rodrigues, a inclusão de crianças com deficiência auditiva no ensino regular vem transformando a vida de todos os envolvidos.
“Os ganhos são imensuráveis. Pais, professores e alunos convivem com uma constante troca de experiências. Desde cedo nossas crianças aprendem a viver com o diferente e multiplicam o conhecimento”, explica a vice-diretora da Emeb.
Daniela Cezar de Oliveira, do 3º ano do ensino fundamental, é um exemplo dos benefícios dessa modalidade de educação. Foi graças a esse atendimento personalizado por parte de equipe da escola que a mãe da aluna, Marina Cezar de Oliveira, recebeu da professora um bilhete com o seguinte texto, “mãe, fala para Daniela parar de falar”, um recado inusitado para uma menina surda.
De acordo com a mãe, foi um momento e grande alegria. “Não me contive de tanta felicidade e comecei a chorar. Graças ao ensino de Libras na escola e o esforço dos professores, tenho certeza que minha filha terá uma vida normal”, ressalta dona Marina.
Já Fabiana Magalhães, de 31 anos e mãe da aluna Lohrana, lembra da resistência que tinha antes de conhecer o trabalho da escola Polo. Segundo ela, a convivência em sala de aula regular vem contribuindo para o desenvolvimento da filha. “Tive muita resistência em aceitar que minha filha estudasse nessa escola. Hoje, vejo o quanto a convivência com os alunos do ensino regular faz bem para minha filha”, constata.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Inclusão

No ano de 2012 tive o excelente prazer de trabalhar com a Bia. Uma menina de 12 anos, com paralisia cerebral,diminuição da capacidade visual e mobilidade reduzida,  provocada por complicações no parto que estava sempre alegre, sorridente, querendo cheirar nossos cabelos (e dizer que estavam fedido, rs) e adorava cantarolar diariamente, e repetidas vezes no dia, o pagode que ouvia em casa do grupo Katinguelê: "Quando se deu, teu céu anuviou..."
Independente das limitações é possível e necessário trabalhar com as diferenças em sala e também fora dela.

Na foto abaixo, estávamos brincando de "passa a bola", mas ela ficou com muito medo da bola e do barulho que a turma (eufórica) fazia.


Já nesta, estávamos na informática, ouvindo músicas. Como sua visão era cerca de 30% da capacidade normal, tínhamos dificuldade de trabalhar com o visual, então investíamos na audição e na oralidade.


Aqui, na biblioteca, uma colega estava recontando uma história trabalhada em sala.